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Foram dias imensos onde ventos e rodamoinhos me habitaram, determinados a não deixar nada no lugar. Eram folhas, galhos e poeira a se render e levantar-se, caminhar, ir a algum lugar onde não se estagnavam. Eram vagas no grande mar, eram raios concedidos pelo seu olhar e tambores que ruíram ao longe em mim. Senti e pude ver mãos empunhando seus propósitos de cegar os fios das guerras de antes, eram uivos nas pedras e no colar rabiscando o céu, dissipando as nuvens e coroando o tempo com seu passar. Dizem que são marcas de maio, são dedos que espanam, são pés que planam... não sei, só sei que hoje em linda cantoria aqui estás, ao redor e em mim, por todo lugar a expirar seu canto, canto de pássaro, de mar e de vento. Mãe nossa, mão plena , zunindo seu chão por nós em força e por esse olhar, meu coração. Epa Hei Yansã, Epa Hei Oya!
(Kátia de Souza)
30-10-2019