Psiquê - Alma e Conhecimento


Eu, Psiquê e seus reflexos ... 

" ... Na vida há tantos descaminhos que nos faz sentir que estamos perdidos porque não conseguimos compreender que são apenas desvios que o Amor nos oferece para que encontremos o que sempre buscamos ..." ( Kátia de Souza) 

        A frase acima foi o pensamento ou sentimento, vindo em inspiração logo após eu ter montado a página Psiquê - Alma e Conhecimento (clique aqui ), no Facebook e lembro exatamente, como ele surgiu. 

        Esse sentir, veio da minha busca por conhecer melhor sobre o Amor e por isso, minhas leituras e estudos se voltavam para o tema pois desejava compreender, através dos pensadores, estudiosos, cientistas e até das pessoas comuns do meu dia-a-dia, como eles, compreendiam ou pensavam o Amor. E como minha jornada sempre foi permeada pela espiritualidade, esse tema (Amor) era presente através da história de Jesus, contada por minha mãe e todos os líderes religiosos das igrejas, as quais frequentei, acompanhando a mesma, até quando decidi, partir para uma vida religiosa mais independente.

        É, pesquisei e li muito sobre esse tema porque o considero instigante e "Amar ao próximo como a ti mesmo" mais me parecia um enigma do que qualquer outra coisa. E ainda, a vivência e experiência que tinha, principalmente no ambiente religioso, não era esse - de amor ao próximo. Sentia que havia algo que não estávamos compreendendo porque não estávamos conseguindo praticar essas palavras. Me intrigava ainda porque eu não sentia esse amor pregado pelos pastores, padres, líderes de toda sorte - eu entendia as palavras, mas não as vivia e questionava o quanto, realmente, seria possível vivê-las. Isto, desde menina, quando decidi ter uma conversa mais franca com o dono da frase: "Ame ao teu próximo como ti mesmo". Pois é, sinto que foi aí, nesse momento que tudo começou a ter outro tom, sobre o Amor, religião ou espiritualidade em minha vida. Me senti meio herege e pecando, sem dúvida, pois, minha educação sempre foi muito tradicional no que tange a religião. E questionar o próprio Jesus sobre suas palavras, não era algo permitido por minha família, por isso, foi feito em oração (como eu chamava) e às escondidas de minha mãe, principalmente. E houve resposta e alguns resultados, após esse meu atrevimento que mudaram meu jeito de pensar e lidar com a religião a partir disso. E também houve um despertar de certas questões íntimas que no inicio e sozinha, sem maturidade (tinha 11 anos), não foi muito tranquilo, mas se não enlouqueci ainda e há controversas sobre isso (risos), é porque deu certo (risos). Então, a minha busca sobre o Amor, veio desde muita nova, através da espiritualidade e tudo que vivia, de forma muito intensa; sempre fui muito questionadora e sempre a escrita e leitura eram um alento para mim. Porém, a pesquisa sobre o tema veio na idade adulta, já, estava recém formada e isso me fez ganhar autonomia para pesquisar por conta própria e foi assim que fui a campo, falar com as pessoas sobre o tema.


        Sim, fui a campo, entrevistar pessoas; perguntar para pacientes e também familiares, perguntei para religiosos e ateus, acadêmicos, professores, amigos, enfim. Além da pesquisa propriamente dita (livros, artigos, entre outros) sim, quando tinha a oportunidade de perguntar e saber o que as pessoas sentiam ou pensavam sobre o Amor, eu ali estava, conversando sobre o assunto. 

        E foi, através, desse meu interesse, que vivenciei também, algumas experiências que chamo de espirituais, e quando for possível, posso relatar aqui, mas para resumir, tive: intuições, sincronias acontecendo com frequência, sonhos e acessos a determinadas áreas da condição humana que ainda nos é um mistério e muito controverso, mas experienciei e falo daquilo que vivo, então, não posso omitir esse fato, mas não entrarei em detalhes, por agora, quem sabe um dia (risos), por enquanto, chamaremos isso de aspectos "inconscientes". E essa experiências pude presenciar desde nova, mas não tinha conhecimento, quando criança, sobre o assunto. Apenas após a pesquisa e estudos é que passei a compreender um pouco melhor o que se passava comigo. 

        Acessei muitos desses aspectos psíquicos e acessa-los me ajudou em certas experiências, pelas quais, todos passamos em relacionamentos pessoais e profissionais. Não pude, certamente, esgotar o assunto sobre o Amor, mas muito aprendi e reconheço que tive que abrir mão do meu velho e amado romantismo, após, todo esse percurso. É, o Amor não é romantismo. Bem, pode até incluir, mas não, não é esse que pensamos sentir em dados relacionamentos amorosos. E talvez, somente talvez, o Amor materno é o que mais se aproxima, mas sinto, dentro do que vivi que "se aproxima", mas não define, plenamente. 

        Tive uma experiência espiritual onde me veio, da forma que eu podia compreender na época, o que o Amor significa. Na verdade não me veio com palavras, mas sensações e visões, por isso, definir não é algo fácil, mas posso dizer que o Amor está longe do que pensamos ou esperamos, muitas vezes, em nossa vida comum - dentro da minha experiência. Ou até poderia dizer: está longe do que eu esperava ou pensava. E mais, tive a real experiência de que o Amor é em nós e não fora de nós; não podemos ser amados por ninguém e se o podemos , antes este precisa ser desperto ou descoberto em nós mesmos, vivendo-o. O Amor não é uma ação, ele simplesmente se manifesta, posso dizer que ele é nossa natureza, mas não temos consciência disso ou temos uma semi-consciência, sentimos intuitivamente, mas de forma muito vaga. É controverso e complicado mesmo de entender, mas o Amor é em nós e este, se manifesta em todos os nossos gestos, a partir de nós, e pode ser sentido, é sutil, aparentemente inexistente, mas é em toda parte. E vou parar por aqui, porque daria um livro, tudo isso. Mas, há muito por aí para ser lido e compreendido sobre o Amor, todos possuem um fundo de verdade, assim sinto, mas para sabê-lo, é preciso viver, disso não tenho mais dúvida. A alma nos implica à vida, portanto a experiência é algo insubstituível. E claro, minha experiência com o Amor permanece e continua em cada passo que dou, porém, hoje, de outra forma. Sinto-o como uma força em nós a ser desperta e ampliada, no sentido de nos tornamos conscientes e vivendo o mesmo. Portanto, sinto que o mesmo não é presente em nossa realidade consciente, falta-nos muita coragem pra olhar nos olhos do mesmo. Isto pois, para tanto, precisamos de fato, enfrentar muitas crenças desconstruindo-as e não acredito que estamos, todos, prontos para isso. À mim, sinto que falta muito para amar verdadeiramente, mas sinceramente, ainda não desisti de amar, apesar de todos os pesares e de não ver ou sentir que um dia isso aconteça em realidade. Mas, algo me impulsiona para continuar, então, aqui estou, através do que posso, fazendo a minha parte.

        E todo o meu interesse pelo Amor também pode ser visto ou sentido quando na faculdade tive contato com o mito de Eros e Psiquê. Na época que tive contato com o mesmo, na faculdade, não dei tanta importância ou talvez não tenha feito tanto sentido. E foi ao longo da minha jornada, descobrindo um pouco mais sobre o Amor de forma vivida que pude compreender mais nitidamente, o mito e toda a sincronia com o nome da página.

        Bem a minha identificação com a escrita vem desde muito cedo, como relatei na página Pétalas nas Asas do Tempo e aí logo acima, além de poesia, escrevo também reflexões - reflexos de meus estudos - e queria um espaço para organizar essas reflexões, além dos cadernos(o quê, cá para nós, dá mais trabalho e demora mais para escrever do que aqui, no computador). 

        Sempre gostei muito de estudar e ler, porém assimilo melhor escrevendo, pois, não guardo com facilidade a compreensão apenas lendo, preciso apreender o sentido, sentir mesmo o quê estou lendo, e é na escrita que encontro isso. Isso é algo que percebi em mim, quando era uma pré-adolescente, aproximadamente; quando, na escola, me exigiam que "decorassem"(guardasse de memória) alguns textos e eu possuo dificuldade em "decorar", era mais fácil escrever com as minhas palavras aquilo que eu estudava ou lia, mas nem sempre os professores aceitavam o meu sentir ou compreensão. Tive algumas dificuldades nas escolas tradicionais da minha época, mas superei, encontrava sempre um jeito de me lembrar e uma delas, era dando cores a palavras e frases que precisavam ficar registradas (risos). É, não é a toa que tenho também identificação com os autistas (risos) e hoje, e depois de trabalhar com os mesmos, compreendo aonde encontrava minhas soluções, em estratégias mentais não muito comuns (risos). 

        E foi assim, mais ou menos, que tudo aconteceu com Psiquê e o motivo de hoje ser a minha página principal. Esta página foi montada após a página de poesias, mas em menos de um mês, já superava o número de seguidores de Pétalas, achei isso curioso; eram postadas, principalmente minhas reflexões(e esse era o intuito, principal, no início). E após, algumas experiências com as minhas reflexões resolvi postar também, reflexões e pensamentos de muitos autores, principalmente ligados a Psicologia e Filosofia que são minhas áreas de identificação e estudos. Postava e posto, até hoje, também minhas reflexões com o intuito de melhor compreender meus estudos e se isso, de alguma forma, servir para quem ler, certamente, será importante para mim também, pois, partilhar é algo que sinto ser mais e maior do que imaginamos. 

        O nome surgiu, claro da minha paixão pela Alma humana e por sempre viver essa inquietude interna onde sempre nos achei(nós humanos) maiores do que podemos alcançar racionalmente, e por isso, PSIQUÊ (do grego - Alma) e se repararem depois do nome Psiquê", vem um hífen e depois, as palavras "Alma e Conhecimento", buscando dessa forma, mostrar como sinto a Alma: dotada de emoções, sentimentos, intuições e muito mais. Além dos pensamentos, ideias, razão e toda a nossa condição cognitiva. Então, a alma para mim, é profunda, ampla e somente acessível, a partir do nosso interesse e vontade em autoconhecer-se. Como veem não apenas considero alma aquilo que está dentro e muitas vezes inacessível a nossa condição consciente, mas tudo o que somos e expressamos, seja num nível mais racional e consciente ou num nível mais irracional e inconsciente. Por isso conceber-me ou conceber a nós, fora ou a parte da psique, é algo para mim, impossível.

        Como disse acima, em pouco tempo esta página já estava assinada por muitas pessoas e isso, me fez pensar o quanto nós necessitamos de momentos onde podemos estar conosco mesmos, refletindo e o quanto somos um o reflexo, muitas vezes, do outro, externalizando algo que, aparentemente, é só nosso. Mas quando nos identificamos com uma postagem ou alguma reflexão ou mesmo poesia, na verdade estamos encontrando a nós mesmo de alguma forma. Um pouco de nós está ali, caso não fosse assim, não nos identificaríamos. Por isso, de alguma forma partilhar as reflexões e postagens me ajuda a encontrar um "pouco dessas porções perdidas por aí" - identificações que se manifestam na troca que, às vezes nasce das postagens.  

        Há uma singularidade, a ser considerada e que é presente em todos, uma “magia” maior que nos une e nos faz chegar a determinados espaços onde nos encontramos, e este encontro acontece quando lemos ou sentimos certos pensamentos e sentimentos que, aparentemente, não são nossos. Sabe aquela ideia de "projeção" citada por alguns estudiosos da alma humana? Então, é uma forma de nos ver, nos enxergar ali, nos sentir e nos perceber - algo que, às vezes, sentimos, mas não sabemos descrever e aí quando encontramos algo escrito que traduz aquilo que sentimos, pronto: ali estamos nós, sorrindo e dizendo: "É isso!" 

        Foi por isso até, que comecei, não apenas, a postar minhas reflexões, mas outras tantas, as quais eu também me identificava e, hoje, chegou onde está; um espaço onde ainda estou quase inteira com minhas reflexões e sentimentos, mas também publico, hoje, outras informações e conhecimentos que acho que irá agregar a todos nós, além de divulgar amigos que confio e o meu trabalho, afinal, a Alma não é apenas esse aspecto mais sutil e profundo, é também seu reflexo; aspectos manifestos em diversas condições e expressões em nosso mundo - traduzindo a nós individualmente, mas também o nosso coletivo. E por isso e muito mais, a sintonia com Carl Gustav Jung, mas não me considero Junguiana, como dizem por aí; na verdade sou "Katiana"(risos), pretensiosamente dizendo. Sou o que sou e reflito tudo que apreendo daquilo que me proponho a experienciar, seja lendo, estudando ou seja vivendo aqui na vida prática. 

        Na imagem outra frase que me ocorreu quando publiquei o fluxo de Psiquê na página do Facebook, hoje, talvez, alteraria algumas coisas na frase, mas preso o sentir do momento, então, aí está ela com amor a todos que aqui chegarem. 

        Que todo o Amor que somos, possa aqui, nesse espaço ser sentido, pois, é a partir dele que este espaço hoje, torna-se a extensão de meus escritos, talvez, quase um diário onde posso e sinto-me mais a vontade em me expressar; com meus textos longos e meus humores femininos. Um espaço onde o acolhimento a mim, o cuidado a mim, é o que está direcionando a escrita. Que possam então, ficarem a vontade e comentarem, partilharem o que sentem, serão acolhidos, na mesma proporção. Gratidão! (Kátia de Souza - reeditado em 05/06/2021)