Sim, entras em modo “aparente” e deixa-se ao longe, a distância, o inteiro
Completos, só mesmo no murmúrio inaudível daquele que chora em segredo, dentro
Segreda-se toda instância escura ou suja para expor-se no brilho da conduta imaculada
Beijada por lábios de Judas, este, que vem de dentro e não se sabe
Deixa-se a outra face, relegada a sua própria sorte, nem mesmo um tapa
Trai-se continua e fervorosamente, para manter-se as três moedas em nossas mãos
Escoando o valor daquele que calou-se para ser, você, são? Sanidade racionalizada
E então, vem, toda a voz da audácia transfigurar-se na amarga compota do doce esquecido
Querendo ser luz, vertendo verdade, será mesmo isso, claridade?
Sim, transfiguração, ela se permite ser chão, poesia...
... pura beleza em viés e ditada em letras feito cortes
Clamando o afastamento do cálice que porventura um dia foi suplicado
E não ouvido, vivido deixou-se mudo o menino, o santo, o mártir
Que se fez humano, nós repartidos, para verter seu sangue em tantos e tantos, cale-se!
(parafraseando a música de Chico Buarque e Milton Nascimento “Cálice (cale-se)”)
