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Desconheço o autor da imagem Via pinterest |
Eu não sei onde isso vai dar, mas vai dar
Também não sei se vai chegar, mas quero que chegue
Onde? ... é algo que está ali, adiante,
sussurrando há tanto tempo!
E nada decifra aquela esfinge de cabeça nua
E por trás, a lua que não decide em que fase está
Não sei
Eis o que diz os versos da vez
De vez, talvez aquele que não é maduro
E se come com gosto, na salada ou puro
Vai, vai de gosto
ou não, talvez não vá, fique ... Não sei
eis o que diz os versos da vez, de vez
E nesses desvios, vão se formando os detalhes
Desse que os abraça, enquanto, eles, trafegam
E desenham, faz contorno pra todo gosto
Até chegar ali, onde o sussurro permanece
Fica mesmo... e vejo ele, mas em movimento
O tempo todo ...com lances de desaparecimento
Nulo, nada, desaparece e enlouqueço
Bebo um gole do verso e retomo a curva
E quando vejo, lá está, ele a sussurrar ...
“ – vai, segue adiante, volte, retorne, corra e pare, ande devagar,
sinta, pense, clareie e obscureça... viva teu nome!”
O que é? Já disse:
É o fruto que não amadureceu
e no verde da “amadurecência”
está lá, de vez ...
e saboreio com gosto, saboreio mesmo
misturo na salada, viro-a do avesso
e bebo cada pedaço sem fim e tudo o mais do recomeço
enquanto a “amarelecência” não vier
eu inteira no maduro do fruto que estou
resta-me sorver, transbordar, cingir o vazio,
preencher comigo ... esse tecido, roto!
Kátia de Souza
(01-10-2019)