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Imagem de Smithspnion.com Então um literato disse: “Fala-nos da Conversação.” |
E ele respondeu: “Vos falais quando deixais de estar em paz com vossos pensamentos;
E quando não podeis mais viver na solidão de vosso coração, procurais viver nos vossos lábios, e encontrais então uma diversão e um passatempo nas vibrações emitidas.
E em grande parte de vossas conversações, o pensamento é meio assassinado. Pois o pensamento é uma ave do espaço que, numa gaiola de palavras, pode abrir suas asas mas não pode voar.
Há entre vós aqueles que procuram os faladores, por medo da solidão.
O silêncio da solidão revela-lhes seu Eu desnudo, e eles preferem escapar-lhe.
E há aqueles que falam e, sem saber ou prever, revelam uma verdade que eles próprios não compreendem.
E há aqueles que possuem a verdade dentro de si, mas não a expressam em palavras.
No íntimo de tais pessoas, o espírito habita num silêncio rítmico. Quando encontrardes vosso amigo na rua ou no mercado público, deixai que o espírito que está em vós ponha em movimento vossos lábios e dirija vossa língua.
E que a voz escondida na vossa voz fale ao ouvido de seu ouvido;
Pois sua alma guardará a verdade de vosso coração, como é lembrado o sabor do vinho,
Mesmo depois que a sua cor houver sido esquecida, e a taça que o continha não mais existir.”
(Gibran Khlail Gibran - "O Profeta")