Todo poema cala o sussurro da poesia
E lá vem você contradizer aquilo que já é certo no âmbito do ser
E quem poderá falar das coisas preciosas sem lapida-las?
Talvez, seja melhor revelar, deixar tudo a mostra
E perder o sabor da misteriosa dança?
Se isso fosse possível seria bem vindo o seu dito
Contudo, eis que a cada passo na vela que revela ao teu coração
Há um segundo de não-visto, ignorado, não sabido:
Todo turvo calar do silêncio se mostra mais, a cada vela acesa
Em faces infinitas dessa implícita realidade imaginada
E jamais alcançada, afinal, alcançar é parar no descanso
E quem quer vida assim, descansada?
(Kátia de Souza)
27-10-2019