Que se cale ou se espalhe no calor da aurora
esta atrevida vinda do dentro pra fora
tua fala, que traga a falha de deixar-nos sem voz
e faz colidir o que nos resta e nem se sabe
o que não quer e se quer quando vem
e sem mais querer, permitir, à nós, também
junto contigo exalar versando
o poema dito na calada da noite sem tempo
que perdeu a hora e fluiu em maré atribulada
navegando em nós, suas águas tão calmas
um brando sono de ver as letras em cor solar
de manhãs que acordam com eles, os dias em nós
e vem morar nos pronomes que dançam
no si da alma e a todos embalar
e seja lá qual for o codinome ...
... que se cale ou se espalhe
e que venha em tempo, no horário ou momento
das noites que as manhãs se permitiram nascer!
(Kátia de Souza)
20-10-2019