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| Créditos da imagem, na mesma |
Estive numa partilha de experiências sobre personificações e crenças com o grupo que trabalho em Céu e Raiz e vi o quanto as crenças são variadas e até mescladas em suas diversidade: espiritismo, umbanda, fraternidades, espiritualismos os mais diversos. Vi também o quanto dispendemos de energia para manter nossas crenças intactas ou justifica-las, através do que pensamos. Não é pouca energia que usamos para isso, infelizmente. Os apegos são grandes, a tensão é sentida e nisso tudo, vê-se e sente, um medo por trás, de soltar, libertar-se e saber-se, além daquilo que se pensa ser. Coisas que já sabemos; é da nossa condição na vida, isso é da nossa natureza, dispender essa energia, mas nem sempre, estamos conscientes de que fazemos isso.
Tentei entender, verdadeiramente, como cada um pensava ou sentia certas personificações (personagens religiosos ou entidades religiosas) e foi, para mim, muito rico, pois percebo o quanto vivemos nossas crenças como “verdades” e o quanto “gostaríamos” que estas, fossem a “verdade absoluta”. E isso, ah... gera certo desgastes psíquicos, eu diria. Mas, enfim, essa é nossa experiência humana com a “religiosidade e/ou espiritualidade” e através, dessa movimentações, vamos nos ampliando. E dessa discussão, deixo abaixo alguns sentires sobre isso e, claro, que não encerra o assunto, mas talvez seja o fio da meada, para outras experiências que virão.
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Sobre crenças e consciência
A crença ou a nossa energia mental e emocional, direcionada para algo, algum objeto ou personificação, diz respeito, a como nós em nós mesmos, elaboramos ou condensamos essa energia.
Quanto mais consciente sobre nós mesmos, mais essa condensação de energia, tende a se tornar mais ampla e mais leve, saindo de um ponto comum, para o todo ou algo mais amplo; quanto mais conscientes de nós mesmos e de como estamos direcionando a energia que somos, mais deixamos as personificações ou objetos externos, para trazer essa energia para o Todo em manifestação ou para a vida como um todo. Quando mais amplos, passamos a ver a vida como obra desse sagrado que é intrínseco a nós e tudo é algo que é capaz de significar e direcionar a energia que somos para comungar com esse sagrado. Ou seja, tudo em nós e aquilo que “tocamos”, vivemos ou sentimos é sagrado. Não há restrição ou limites quando conscientes ou diante da ampliação da consciência. E nisso, percebo que, não há nada de errado nas personificações, porém, é algo ainda limitado diante da infinitude ilimitada ou amplitude ilimitada da Consciência que somos.
Aquilo, o qual, direciona-se a energia de “fé e confiança”, vamos dizer assim, faz sentido e tem relação com aquele que assim o faz, com a pessoa em si – é assim que ela vê e sente e somente a ele diz respeito, possui sentido de harmonização e equilíbrio, para ele - é a sua verdade, o seu alicerce, a sua crença. Não é algo que se pode tomar como absoluto e para todos, somente àquela pessoa faz sentido e compreender isso, nos possibilita abrir uma porta ou janela de compreensão para as pessoas que possuem uma experiência “religiosa ou espiritual”, diferente da nossa. Tornamo-nos assim, mais flexíveis para todos.
Saber que quando a pessoa fala da sua fé, ela está falando dela, nos possibilita compreendê-la melhor. Talvez não concordemos com ela, talvez entendamos diferente , mas se quisermos ajuda-la em algum momento, a compreender a si mesmo, é importante compreender e aceitar como ela direciona a sua fé, do contrário, apenas intensificaremos a resistência dela, em lidar com suas próprias questões, isto se quisermos impor a nossa “verdade” ou impor aquilo que compreendemos como espiritualidade. É importante, falar a mesma língua para que haja compreensão e possibilidade de entrada nesse “intimo”, para que haja diálogo e assim, possibilidade de conscientização e ampliação de si mesmo e/ou autoconsciência.
E que bom que é assim, que bom que há na vida milhões de condições, a qual podemos direcionar nossa energia para, então, compreendermos a nós mesmos. Bem, por enquanto é só, mas eis que o roda gira e com ela todas as ideias que vem, através da mesma, então, tudo pode mudar a qualquer momento, aqui e também, aí.
(Kátia de Souza)
(®Céu e Raiz )
13-10-2019
