sexta-feira, 29 de novembro de 2019

O ato

o ato, agora, é desatar seguindo
importando todo o contrário e o a favor
na verdade tudo lhe foi consumido
quando no desatar deixou-se o ato
nada disso, entre duas paredes, permitiu-se ficar
foi-se tudo, entre os laços desfeitos, daqueles nós
e estava como estão, todos ali
agora sem nomes para definir
vagueiam como querem
livres das intempéries, de ser qualquer coisa
virgens e não, caminham entre as indefinições
passeiam perseverantes em ser os sentidos
vontade nua escrita em vendavais
incompreensíveis nós que se desatam
para no ato renascer puro e só
ele, nada mais!

(Kátia de Souza)
29-11-2019