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Image via Google - desconheço a autoria |
Há coisas que só o silêncio traduz e somente a vida manifesta, em suas experiências, poderá dizer. Não cabe a nós falar ou mostrar. Não porque não há escuta ou não há palavras, mas simplesmente, porque não há vivência e sem esta, não há saber. Mas, por mim, e pelo que sinto, deixo alguns pontos para nossa reflexão.
Há manifestações na vida que são meros sinalizadores para que compreendamos sua amplitude e profundidade. E claro, se estivermos aos nossos postos internos para acolher o que a vida nos oferece, cientes de que nada que a mesma nos trás é sem valor, certamente, saberemos. Saberemos que aquilo que se apresenta, por vezes, singelo, tem um valor inestimável à vida em nós e por nós - tem um recado, uma mensagem ali e tão única! Por isso, receber a vida como estreia em todos os seus momentos, faz tanto sentido. Afinal, a cada momento ou movimento, há algo chegando e indo embora, há algo a se saber, tão somente porque é vida e somos esta vida, não somos meros expectadores da mesma, somos também os construtores(protagonistas e coadjuvantes), somos a vida.
Implicar-se, comprometer-se ou responsabilizar-se é "saber-se vida", acima de tudo; é prova-la com todas as ferramentas que se tem em si; ferramentas estas internas (na superfície e nas profundezas). Viver ...isso implica tantas coisas!!!Contudo, eis que querer viver, faz-se necessário; ver, enxergar, ouvir, provar, saborear a vida e tudo que ela oferece, ter a curiosidade sobre si mesmo e sobre o outro, sobre a vida - você e o outro ou o que entende de outro/externo, é vida... estar junto sabendo, sentindo, vivendo. Sim, e nisso, ver-se, redescobrir-se, perceber quantos espaços ainda há a explorar em si e por aí, enfim. A vida não está lá fora apenas, a vida está em nós, somos a mesma e nisto, em tudo que fizermos ou com quem estivermos podemos então, levar vida. O que estamos levando por aí? Sabe o que marca uma vida real? A vontade(força interior, disponibilidade interna, ânimo (alma)), não o interesse na utilidade daquilo que a vida oferece. A utilidade acaba, a vida é eterna. E o quanto estamos acostumados a lidar com a vida a partir do quanto as coisas e pessoas podem ser úteis a nós. Acabou a utilidade, pronto, acabou a vida?! Não há mais vida ali a ser sentida?
E por mais que use de todas as palavras, não, nenhuma será suficiente para exprimir o que sinto aqui, por isso, há coisas que só o silêncio traduz e a vida manifesta, em suas experiências irá dizer.
Não, a vida não é o que pensamos; a vida só pode ser sentida ou vivida, o resto, são somente ideias que se esvaem conforme a vida em realidade se manifesta sobre tudo o que pensamos dela. E digo mais... talvez, somente talvez, sejam muito poucos de nós, que nesse agora, realmente, vivemos. Que possamos refletir, se possível, e que cada um, possa em si, erguer a lanterna e em foco, seguir seus passos ditados por essa força viva, interna que há em todos nós!(Kátia de Souza em 09/06/2020)