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Imagem de Pamela Hubbard |
É estranho o cair da noite no crepúsculo das estações;
onde as folhas verdes esvoaçam-se em despedida
e põe nu todo o corpo das árvores,
acalma-se a fúria dos ventos e toda tempestade é absorvida;
ao solo cai cada gota que em par, junto a folhagem,
deixa-nos seu fluir e sons, por companhia...
Para os que com pressa ainda ardem,
ao sol do meio dia, nada ouvem
e pode parecer cada espaço silenciado e aberto,
em suas misteriosas presenças,
um pouco da provada melancolia
ou mesmo ser o tédio dos insatisfeitos
Contudo, no rumor das estações, ouve-se com a pele
e tudo se condensa na primaveril vista;
um olhar que aplaina as ranhuras de certas paisagens
e nada colhe... fruto ou flor,
mas presenteia-se de corpo e alma ao jardim
como completude e numa canção somos levados;
canção esta, a qual, fomos embalados
em tempos que não se lembra, mas se sente
É assim que corre os dias ...
e sempre no entardecer, somos levados ao horizonte,
seus limites como linhas, desenha os pores do sol
e como algo que não se vê, mas reconhece-se
nos permite, a verdadeira vida!
(Kátia de Souza – 05-06-2020)