Sempre caminharei discreta pra te sondar
ver-te entre as páginas das minhas andanças
pela pele, fremir e soprar
uma coisa de nós que não se revela
para não macular
Saber-te ali nos barulhos da vida e da mente atrevida
que soube sim, lhe atordoar
dizem terem visto os cacos retorcidos
eu apenas vi o som dos gemidos e do ignorar
Sempre cantarei louvores ao teu nome
inscrito em cada recanto em caos, em cada pedaço esquecido
borbulhando nossos rostos , sem saber e convencido
de em ti, nada ser – tolos, nós os escolhidos
E sem entendermos que é justamente o contrário
reservo-me em teu santo espaço, aturdido
Sempre caminharei grata por tua vida
calada, silenciada, gritada, chorada, atrevida
loucura desmedida, ignorada
E diante do vir a tona, após, tantos desafetos
e quando desfeito tudo isso,
distribuídas as partes, reencontradas as ruas e chão
estarei aqui, junto, sempre a te dizer:
Sempre caminharei ao teu lado
Sempre junto a ti, meu coração
Nesse uni(verso), eu e você
... mesmo quando em teus olhos só soprarem partidas
mesmo quando pensares: é tudo em vão!
(Kátia de Souza)
10-11-2019
