quinta-feira, 12 de março de 2020

Diz aí, o que fazer?

Imagem via Google - desconheço a autoria
De onde vem a segura confiança do um
nasce também, algo controverso; 
versa o poema e a palavra inteira 
na inteireza desse momento 
construído pelo sentido que vê
na concretude do que vive, além do instante

É fato que não há "o comum" 
somos estranhos, desconhecidos, todos... e qualquer um
  
Vivemos realidades diversas e somos mundos diferentes 

Acreditamos na visão igual ou pelo menos, semelhante 
e na compreensão do que se vê, 
mas o que se vê não é o mesmo daquele outro 
quando vê o que você viu ...e aí, toda a confusão; 

Dois mundos em choque ou encontro 
cabe a noção ou compreensão das diferenças 
e “fazer acontecer” o conflito ou a comunhão 
decisão que nem sempre cabe aos olhos abertos 
então, na penumbra caminham nossos gestos 
crendo que comungamos e na verdade 
paralelizamos, na maior parte das vezes, tudo 
o que se comunga, não se sabe e não é pouco
mas tudo do paralelo se encontraria, comungaria
se nisso o vê pousasse... será?
não se sabe, pois, quando se souber, 
talvez não haja mais diferenças a contar
então, esses versos deixarão de existir e estarão por aí
no coração de todos, sem precisar desse dizer, todo

Convergir é algo que requer maestria 
e saber-se outro para ir de encontro ao que não é você 
ou deixar os choques, conflitos em si e ali fora 
também mostrar e a nós, dizer 

contudo, o que se faz 
quando na obra, completa e inteira 
jaz em si a ideia de confrontos 
e versa apenas vontades de encontros? 

então, diz aí, o que fazer?

(Kátia de Souza) 
12/03/2020