terça-feira, 10 de março de 2020

"O nós"

Imagem via Google - desconheço a autoria 
está aí o pouco assistido em mim
a implic[ação] que me doo em versos permitidos
na verdade, paridos de mim

porque fecundo é o ventre, vaso inviolável pelo sagrado
e nisso parir... (sua natureza de trazer ao mundo)

tudo isso aqui, sim
para dizer do ser nesse "nós" nem sempre concebível
pois no todo inalcançável, não cabe a visão
não alcança a compreensão e entender, passa longe
afinal, distante é quando se põe grandioso,
por isso, traga o "nós"... 

... é nele todo esse sentido esquecido
este que cabe em tanto espaço... o todo
(o grande e o pequeno, o simples e o glamouroso,
suave e intenso, sutil e denso, eu e você)
sumindo, desaparecendo, para ficar um só, composto

chama para dentro ...e sinta
arde em ebulição essa voz que já sabes
dilui em solução aquosa antes, as pretensões
e quando explícito, polido raro[efeito] atingido
dito no viver já percebido
(acontecendo em cada rua, esquina,viela, alameda ou avenida; 
coisas que se perdem no infinito em nós e nas lembranças mantidas)

traga à mesa 
a cria desse sentido e permita o recriar
o brilho do "nós" iluminando ...e na luz
a moagem e o ressurgir do grão, 
sem nada separar... o verdadeiro, trigo!

Kátia de Souza 
10-03-2020