teu nome a me guiar... onde está?
Talvez um sussurro, um vento brando
presente, constante a chamar:
“Saiba! Sinta! Viva! O que há ...
Não há como escapar
O cerco fechado não implica cela,
prisão ou escravidão
são laços de uma cor anil
que voa na liberdade dos tempos
invenções descabidas das polaridades
deixou-me em somente partida
e agora, invertida
para que saiba da outra face
Não cabe o intento ter-lhe como uma presa
nem mesmo ferros aos pés, a arrastar
Não se tem na face em campo aberto,
o algoz ou ditador
É dentro, todo esse horror
e nele o belo a brotar ...
À vista
contempla, assista e vá ...
Caminha ao meio... persista
Não, não há como escapar
O teu nome como o meu
em ti é, a ditar ...
semelhanças já ditas
incrustadas até mesmo nas feridas
sim, sou também, lá
nas vias, nas ruas, nas paragens
e em coragem, medo a vos coroar
Veja, sinta... ao amor nada e tudo
vaga e brechas sim, a se emancipar
em meio as tramas, há como voar
Não tema o pano que te cobre a vista
nele, estão teu horizonte, teus pés e mãos
a ti, em ti ...realizar
a mim e também você, o que virá
Não, não há como escapar!”
(Kátia de Souza em 12-04-2020)