domingo, 12 de abril de 2020

Não há como escapar


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desconheço o autor
Tensa e a espreita, vasculho 
teu nome a me guiar... onde está? 
Talvez um sussurro, um vento brando 
presente, constante a chamar: 

“Saiba! Sinta! Viva! O que há ... 

Não há como escapar 

O cerco fechado não implica cela, 
prisão ou escravidão 
são laços de uma cor anil 
que voa na liberdade dos tempos 
invenções descabidas das polaridades 
deixou-me em somente partida 
e agora, invertida 
para que saiba da outra face 

Não cabe o intento ter-lhe como uma presa 
nem mesmo ferros aos pés, a arrastar 
Não se tem na face em campo aberto, 
o algoz ou ditador 
É dentro, todo esse horror 
e nele o belo a brotar ... 
À vista 
contempla, assista e vá ... 

Caminha ao meio... persista 
Não, não há como escapar 
O teu nome como o meu 
em ti é, a ditar ... 
semelhanças já ditas 
incrustadas até mesmo nas feridas 
sim, sou também, lá 
nas vias, nas ruas, nas paragens 
e em coragem, medo a vos coroar 

Veja, sinta... ao amor nada e tudo 
vaga e brechas sim, a se emancipar 
em meio as tramas, há como voar 

Não tema o pano que te cobre a vista 
nele, estão teu horizonte, teus pés e mãos 
a ti, em ti ...realizar 
a mim e também você, o que virá 

Não, não há como escapar!”

(Kátia de Souza em 12-04-2020)