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"(...)A insistência no pessoal, surgida da pergunta sobre a causalidade pessoal, é totalmente inadequada em relação à obra de arte, já que ela não é um ser humano mas algo suprapessoal. E uma coisa e não uma personalidade e, por isso, não pode ser julgado por um critério pessoal. A verdadeira obra de arte tem inclusive um sentido especial no facto de poder se libertar das estreitezas e dificuldades insuperáveis de tudo o que seja pessoal, elevando-se para além do efémero do apenas pessoal.(...)"
(...) Uma obra de arte, porém, não é apenas um produto ou derivado, mas uma reorganização criativa justamente daquelas condições das quais uma psicologia causalista queria derivá-la. A planta não é um simples produto do solo, mas um processo em si, vivo e criador, cuja essência nada tem a ver com as características do solo. Assim, a obra de arte deverá ser considerada uma realização criativa, aproveitando livremente todas as condições prévias. Seu sentido e sua arte específica lhe são inerentes e não 'se baseiam em suas condições prévias externas; aliás, poderíamos até falar de um ser que utiliza o homem e suas disposições pessoais apenas como solo nutritivo, cujas forças ordena conforme suas próprias leis, configurando-se a si mesma de acordo com o que pretende ser."
Carl Gustav Jung - "O Espírito na Arte e na Ciência"
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"Não é a pessoa do artista, não é o pessoal que se deve levar em conta, não são as questões neuróticas, inerentes a maioria das pessoas, que deve se dar importância. Mas, sim o sentido da mesma, o que ela elicia ou emana dela mesmo, seu sentido para quem a recebe. Tudo o que você tenta apreender da pessoa do artista, através da sua obra, é apenas projeção, ou seja, ilusão. O que você vê, diz de você e não do artista em si - é uma miragem, um reflexo de si mesmo. Assim como aquilo que dentro de cada um determina o que é arte, também diz sobre nós mesmos, assim é toda opinião sobre a pessoa do artista. Quando estamos falando de opinião, estamos falando de uma realidade que desconhecemos e usando apenas dos parâmetros que somente em nós, há.
E para o psicólogo, o processo criativo é o que é importante, como este se manifesta na pessoa do artista. Compreender o processo criativo do artista, é fundamental para acompanha-lo em seu processo."
"Não é a pessoa do artista, não é o pessoal que se deve levar em conta, não são as questões neuróticas, inerentes a maioria das pessoas, que deve se dar importância. Mas, sim o sentido da mesma, o que ela elicia ou emana dela mesmo, seu sentido para quem a recebe. Tudo o que você tenta apreender da pessoa do artista, através da sua obra, é apenas projeção, ou seja, ilusão. O que você vê, diz de você e não do artista em si - é uma miragem, um reflexo de si mesmo. Assim como aquilo que dentro de cada um determina o que é arte, também diz sobre nós mesmos, assim é toda opinião sobre a pessoa do artista. Quando estamos falando de opinião, estamos falando de uma realidade que desconhecemos e usando apenas dos parâmetros que somente em nós, há.
E para o psicólogo, o processo criativo é o que é importante, como este se manifesta na pessoa do artista. Compreender o processo criativo do artista, é fundamental para acompanha-lo em seu processo."
Kátia de Souza - 25/06/2021