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Houve um tempo que eu temia olhar pra lá
Pra lá e daquele lado onde nada vem por acaso
Mas não teve jeito, vi e bebi de todos os cálices
E sorvi o que neles há
Venenos e elixires e se deuses eu não sei
Comi cada pedaço do argumento bem dito em cada detalhe
E dos deuses vi a face engomada em panos rotos
Ah, se eles soubessem o que fazemos com eles
Mas eles sabem e dizem não se importar
Pois, deles todos eis que beberemos e sorveremos
Cada gota e em belo talhe
Ou não, talvez da beleza resta-nos apenas os olhos
De ver para crer que há sempre você ali
E por ir e vir, sorver, beber, comer, sentir
Eu fui mesmo sem querer ir e querendo me atrevi
Foi assim que vi que no temor moram todas as distâncias
E nelas, todo o depois que deixamos ali
Naquele antes que não largamos e pedimos para ficar
Então, soltei, abandonei tudo para voar
E percebi meus pés ali, fincados no chão
Voando o teu melhor colar de perolas
Agora, só nos resta dizer ao belo e toda a sua essência
Basta-nos estas vírgulas todas em cada gota
Feliz em chuva cair em gratidão!
(Kátia de Souza)
08-11-2019
