domingo, 15 de dezembro de 2019

Dependência emocional(alguns aspectos)


desconheço o autor da imagem, via Google
A personalidade dependente é uma condição que envolve certos complexos, se assim posso dizer, de difícil manejo, pois, diante de apenas um sentir à “libertação” de determinadas energias inerentes aos complexos, estes, “re-agem” às suas próprias percepções pré-conscientes de impotência e fragilidade, diante de alguma experiência, a qual é o seu foco. E estas experiências podem ser num relacionamento, pode ser no trabalho ou curso que estejam executando e claro, no seu processo de análise onde continuar com a possibilidade de seguir adiante, ampliando suas ações, é abortada, encerrada quase que simultaneamente, à aproximação da consciência em relação a algum fator ligado a estes complexos. E quando não se abandona a experiência, se manipula a mesma para seguir alimentando a sua ilusão de "ser o que pensa ser, nesta relação".

É como, em dado momento, a pessoa percebesse que tem tudo ali, disponível a si para libertar-se e “ser ela mesma”, mas não sabe o que fazer com aquilo tudo. Não sabe, porque não sente, não vive tudo aquilo que lhe pertence, não coloca em prática e possui dificuldade de sair da zona de conforto. No máximo, busca imitar alguém que ela admira e não busca em si seus próprios recursos para a execução daquilo que lhe é potencial(manipulação inconsciente). E antes disso tudo, não aceita ser “impotente ou em falta”. Em alguns casos, é comum que a pessoa use desse potencial percebido, como algo a ser exibido para o externo, mas nem ela mesma acredita muito nisso e, por isso, afirma e “re-afirma” sempre a mesma coisa relacionada a estes potenciais, até para se convencer do que está dizendo, num movimento infinito de desejo de preenchimento que não chega nunca(manipulação inconsciente). Pois, sempre haverá uma voz interna a soprar-lhe sobre a aceitação da sua “falta” – a falta sempre será o fantasma, a sombra incômoda a cutucar(ver-se e aceitar-se por inteiro e reconhecer aceitando em si o quê lhe integra, deixando para trás aquilo que era apenas desejado como ideal) 

É por essas e outras razões que tomar consciência, primeiramente de suas impotências ou crenças de impotências, de sua auto-estima em declínio e desequilibrada; todas as energias e/ou complexos ligados a dependência, faz diferença, pois, é vivendo, sentindo em si a falta e onde a mesma se sustenta, vivendo e reconhecendo seus aspectos nas sombras da consciência, que poderá saber, pois, assim abrirá espaço, soltando, liberando o que não lhe pertence, mas pertence, possivelmente, a um ideal como crença. É dessa forma que se apropriará de tudo que lhe preenche porque diz respeito a si mesmo e não a crenças e/ou ideais que não condiz consigo e fará isso com naturalidade; verá onde isso tudo, realmente se encaixa, na sua vida – vivendo e não apenas falando, discursando e/ou fingindo para si mesmo, de que é o que não sente/vive que é.
(Kátia de Souza em “Rascunhos e reflexões”)