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| Imagem via Google - desconheço o autor |
Olhei para o meu filho e vi em seus olhos, todas as respostas silenciadas...
naquele canto entre rodas de plástico, peças de encaixar, aviões minúsculos, bolinhas de gude e gravetos... todos, entre dedos pequenos e inocentes da “utilidade” de cada objeto, em suas nuances “reais”. Inocência que varre de cada um, em detalhes, suas breves significâncias e que jamais alcançamos e ainda lhes dá eternidade nas invenções; que porventura são tão inconvenientes aos hábitos maduros, revisto pelo cômodo olhar que lhe lanço.
Quem dera pudesse, todo olhar, deixar seu pouso e voar além do ingênuo que concedemos com displicência a todo infante! Seria melhor considerarmos a seriedade de suas aparentes brincadeiras; quem sabe assim teceríamos caminhos com menos fios e nisso, simples tramas.
Foi nesse exato momento, no fim das recolhidas respostas que ouvi aquela voz delicada a me enlaçar pelo peito e dizer: “mamãe, está tudo bem?”
Surpresa, não foi ouvi-la novamente, sua voz em abraço, meu filho. Surpresa mesmo foi sentir o quanto de verdade, cabia-lhe em cada palavra em real interesse – saber, se alguém está, realmente, bem.... quanta voz, cabe em cada letra! Que possamos, como você, preenche-las. Mas, nada pude dizer, sorrir, nos foi o bastante, naquele infinito espaço para onde, você, me levou!
É ... olhei para o meu filho e vi em seus olhos, todas as respostas silenciadas. Mas, estavam lá, todas elas a lhe desenhar cada movimento e me acompanhar em profundo acolhimento!
(Kátia de Souza)
18-12-2019
