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Imagem via Walpaper |
Sei da tua presença
da fala, movimentos, forças inerentes
e todos os medos
Sei...
Me vesti da tua pele, desci as escadas e flagrei teu rosto
deixei minhas linhas e mãos ao ar entrepostas, ao teu olhar
e nesse gesto, toda nudez do teu corpo
e dos olhos, vestidos de véus, transbordaram nuvens líquidas
embaçando a face e lavando a pele,
dissolvendo o outro, absorvendo-me, em mim
o único e consistente sentir ...
Aportei as mãos e abortei o gesto,
sorri do perfume exalado dos teus cabelos,
agora, nítidos, derramados sobre os ombros,
costas eretas, pés firmes,
chão aderente concedendo-te as dimensões ...
Retorno ao chamado logo acima
e em cada degrau apalpado por olhos, pés e o sentido não visto
digo-te até logo, no adeus que proferes
e conforto-te o peito no afago em ti
apenas, naquilo que lhe é concebível
que teus olhos vejam e os ouvidos, saibam sentir ...
Voa pássaro de asas claras, nos veremos por aí!
(Kátia de Souza)
30/12/2019