sábado, 1 de fevereiro de 2020

Sem direções

desconheço o autor da imagem
Pensei ser de antes o sopro do agora 
E não me enganei 
Estavam ali, todos os tempos nos espaços constantes 

Pensei calada a voz nua e clara 
Quando na língua aportada, percebi 
Declamando os versos de cada letra 
E o som de cada vão 
Sonoros sempre, melodias de ver 
E gostos de tocar sem ver 
Expirei e inspirei todas as cores 
Não, sequer pensei ... 

Tudo é em cada compasso um olhar 
E um toque de asas plenas 
Quando se quer além desse querer 
Pois, cansa desejar nessa trama de nomes 

Tudo fica em movimento em seu lugar 
Num barco a navegar 
Cada vez mais distante e tão próximo de tudo 

Por isso, abandono placas, cartazes e linhas 
Que amarram num enredo desonesto 

Não, não me cabe mais tanta letra 
Somente quero o suspiro sussurrado da palavra 
Sentida há tanto ... 

Esse reencontro ...tão vasto sem direções!!!
(Kátia de Souza)
01-02-2020