domingo, 23 de fevereiro de 2020

Vendo a si mesmo


Imagem via Google
desconheço a autoria
Tenho pinturas guardadas 
Em cofres abertos sem trancas 
Deixo-as expostas aos meus olhos 
E nelas desenho meu passo inconstante 
Meu barco incoerente de querer voar 
Passos em céus com gotas de plumas 
Tudo assim, junto e distorcendo-se 
No retorcer-se com esse mundo sem encaixe 
Vendo-se a si mesmo , 
olhos que se declamam neles mesmos 
Em palavras ao relento 
Banhadas de estrelas e ares diversos 
Estações que as recobrem 
Com todo o seu gélido ou árido contentamento 
Completude esta, incompreensível 
E prenha de tanto e tudo além do verbo 
e nele todo o ser! 

(Kátia de Souza) 
23-02-2020