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desconheço o autor da imagem via Google |
Queria lamentar pelo desarvoro de não saber-te e nisso, colocar tuas mãos em abandono. Mas, não lamento, apenas assisto... isto, é o que dá sorver o percurso e saber das coisas do fim e recomeço. O que era dor, sofrimento, lamentável nas curvas das vestes, deixa de ser para dar lugar às vistas que se abriram e vê toda a nudez e suas curvas engomadas arrastando-se pelas ruas. E não importa se pálidas, rasgadas, puídas, maltrapilhas, desbotadas, coloridas, bem postas, rígidas ou flexibilizadas, nada disso é o que se conta, nessa hora; seja a pé, de carro ou de arrasto, estarão todos lá, eu, você e aqueles que sequer beijamos a face, mesmo que seja para denunciar, apenas ignoramos, mas estão lá, e no mínimo deveríamos em nós conter. Então, não lamento; pego meus trapos e vou, assobiando aquela canção que não se desfaz nas membranas do ouvido e deixo que o vento leve, suas notas por aí e quem sabe, há de se ouvir essa pequenina parcela do que em meus passos posso permitir! (Kátia de Souza)
(18-04-2020)