terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Ensaios de um novo tempo (1)

Imagem de Kátia de Souza
           Entre céus, terras (raízes nossas), o farfalhar de asas de uma borboleta; conhecedora de mil caminhos, alma indelével, cumpria seu percurso e natureza, planando por entre as golfadas de vento e carícias de caules e folhas. 

           Ouvia-se distante, tudo aquilo, no jardim – eram pousos entre flores, pétala a pétala... volitava, ela e seu perfume em cor e brilho, e a cada voo, as lonjuras ou proximidades, eram o menor dos seus problemas. Afinal, no ar, captam-se “imagens-formas”, expressões palpáveis da sua etérea presença. E sob o olhar atento (desses que se abrem para dentro e nesse íntimo abraça todo o resto) a atrair-lhe, como num chamado, a Musa, entoando seu canto em versos – partes tuas a florir cada alçar e pouso, daquela que seria sua mensageira ou ela, sua fantasia mais inebriante. Tudo isso para falar de um tempo e um lugar inexistente, mas tão real quanto às efemeridades dos pensamentos.

           E foi assim que nasceu, “Ensaios de um Novo Tempo”.

(Kátia de Souza em esboços de "Ensaios de um Novo Tempo") 
28-01-2020